quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Quando desconfiar de um(a) cuidador(a) profissional?

Quando desconfiar de uma cuidadora profissional Quando desconfiar de um(a) cuidador(a) profissional?

Infelizmente, temos que ser mais cautelosos e saber, com certeza, quem estamos colocando em nossa casa, para trabalhar cuidando de nosso(a) idoso(a) querido(a). Graças a Deus, a esmagadora maioria das pessoas que trabalham como cuidador de idosos são honestas, dedicadas, têm capacitação e gostam do que faz. Mas, como em todas as profissões, há sempre as “ovelhas negras”, que “jogam” contra a classe e podem trazer sérios prejuízos de saúde e financeiros para a família em que ela trabalha.


Só para ilustrar, contarei um pequeno caso real (com nomes fictícios):
“Dona Hemengarda é uma senhorinha de 90 anos, muito tranquila, mora sozinha e está sob os cuidados de 3 cuidadoras, que se revezam durante a semana. Dona Hemengarda tem Alzheimer em fase avançada, anda com dificuldade e necessita de ajuda para tomar banho, alimentar, fazer sua higiene pessoal e usa fraldas. Ela tem 4 filhos que moram na mesma cidade e estão sempre por perto, para lhe fazer companhia (junto com os netos) e para orientar as cuidadoras.
No final de semana, as 3 boas cuidadoras descansam e uma quarta cuidadora passa o sábado e o domingo tomando conta de nossa senhorinha tranquila e esquecida. Durante muito tempo este esquema deu certo. até que a folgadora do final de semana adoeceu e não poderia mais trabalhar. Foram feito algumas entrevistas com novas pretendentes para trabalhar no final de semana. Uma delas chamou a atenção, pela simpatia e pelo currículo, que mostrava vários trabalhos anteriores em muitas casas de pessoas idosas de bom poder aquisitivo. Como era de praxe, o filho telefonou para saber da referência da primeira família enumerada no currículo. Apesar de achar que a voz ao telefone era de uma moça mais jovem, ouviu excelentes referências e ele ainda deu condolências pela morte da mãe da interlocutora, ao telefone. Com isto, escolheu a moça simpática e de bom currículo.
Os primeiros 2 meses foram uma benção e dona Hemengarda não poderia estar mais bem cuidada. No final de semana, então… Tudo corria às mil maravilhas.
Até que um dia… A cuidadora mais antiga, Matilde, que já estava na família há mais de 10 anos, e que ficava durante a parte do dia, notou que quando chegava todas as manhãs de segunda, encontrava dona Hemengarda muito caidinha, muito sonolenta e pouco cooperativa. Pediu para chamar o geriatra, pois achava que alguma coisa ruim poderia estar acontecendo. O médico examinou e não percebeu nada de anormal, a não ser uma sonolência excessiva. Perguntou se tinham aumentado a dose do comprimido de dormir. E Matilde confirmou que a dose era a mesma: meio comprimido ao deitar. O médico, desconfiado, fez somente mais uma pergunta: “Todos os dias são assim ou em algum dia especial?” Aí acendeu a luzinha da desconfiança também em Matilde: “Doutor, só acontece na segunda-feira, quando chego pro trabalho. E a novata ainda diz que ela dormiu a noite inteira!”
O geriatra chamou o filho responsável e lançou-lhe uma proposta e uma afirmação: “Talvez, não tenho certeza, a moça cuidadora do final de semana esteja dopando sua mãe. É muita coincidência estar sempre sonolenta só na segunda de manhã. Você terá de averiguar isto melhor!”
O filho, percebendo que realmente algo de diferente estaria acontecendo com sua mãe, tomou algumas providências. Primeiro, telefonou novamente para a moça que lhe dera as referências sobre a nova cuidadora. Quem atendeu foi um rapaz ao celular e que naquele número não tinha nenhuma dona Fulana. Muito estranho. E como o sábado já estava chegando, traçou um plano para pegar a moça cuidadora em flagrante. No sábado, o outro irmão fez uma visita de praxe à mãe e estava, realmente, tudo tranquilo. No domingo, o filho responsável foi com a família almoçar na casa da mãe, como de costume e ficaram a tarde toda com ela, na companhia e nos cuidados da moça cuidadora. E, de propósito, “esqueceu” umas chaves em cima da escrivaninha. Voltou para “pegar” as chaves no domingo, depois das 22 horas. Viu a casa com as luzes acesas e alguma movimentação num dos quartos. Abriu a porta da sala e rapidamente percebeu o que estava acontecendo. Viu um vidro de remédio em gotas em cima da mesa com o nome neozine (calmante). Sua mãe dormindo profundamente em seu quarto. E a moça cuidadora no outro quarto, com o namorado. Não precisamos falar mais nada.”
Quando desconfiar de um(a) cuidador(a) profissional?
  • Quando perceber que o(a) cuidador(a) fala muito ao celular, durante o trabalho. Além de ser falta de educação falar ao celular durante o serviço, podemos entender que está acontecendo 2 coisas: ou o profissional não está ligando para o trabalho que está realizando; ou o profissional poderá estar tramando com mais alguém,  alguma coisa contra a casa da família em que trabalha.
  • Faltar com frequência na segunda-feira: faltas frequentes, mesmo que com atestados médicos, podem mostrar que o profissional estaria abusando de álcool ou drogas no final de semana. Portanto, cuidado!
  • Ter uma relação pessoal com a pessoa idosa fora dos padrões. O profissional deverá ter uma relação de cortesia e de amizade, que possa facilitar seu trabalho e que melhore o ambiente da casa onde trabalha. Agora, desconfie do profissional que conta seus problemas pessoais – “minha mãezinha precisa de um remédio caríssimo!” –  e que parece apelar para os sentimentos da família e da pessoa idosa que trabalha, para conseguir favores pessoais. Chamamos isto de estelionato.
  • Marcas inexplicáveis de hematomas ou feridas na pessoa idosa. Não aceite simplesmente que ela caiu sozinha ou que ele escorregou, quando a cuidadora foi colocá-lo na cadeira de rodas.
  • Não aceite facilmente que pequenas coisas sumam da casa de seu idoso ou de sua casa. Pode ser apenas um pacote de bolachas ou uma rolo de esparadrapo.  A qualquer sinal de que coisas andam sumindo de sua casa, tenha um olhar diferenciado, um sexto sentido para perceber se foi somente um imprevisto ou se realmente coisas estranhas vêm acontecendo. Não seja precipitado, porém, não acuse se não tiver certeza.
O que escrevemos forma somente algumas dicas, baseadas em histórias reais. O mais importante, ao contratar um(a) cuidador(a) profissional para trabalhar dentro de sua casa é CHECAR REALMENTE AS REFERÊNCIAS. Conversar pessoalmente com antigos patrões, pedir o nada consta da repartição policial, checar pessoalmente os cursos de capacitação que a pessoa fez. Finalmente, ficar sempre atento e mais junto ao seu querido idoso, de sua querida idosa.

http://www.cuidardeidosos.com.br/quando-desconfiar-de-uma-cuidadora-profissional/

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