sábado, 19 de janeiro de 2013

Doença de Alzheimer




A doença de Alzheimer é a mais frequente forma de demência entre idosos. É caracterizada por um progressivo e irreversível declínio de certas funções intelectuais, como a memória, orientação no tempo e no espaço, aprendizado, incapacidade de realizar cálculos simples, distúrbios da linguagem, da comunicação e da capacidade de realizar as tarefas cotidianas. Em casos mais avançados da doença, podem ocorrer mudanças da personalidade e da capacidade de julgamento, o que gera inquietação, episódios de confusão mental e agressividade.

Estima-se que, no Brasil, 1,2 milhão de pessoas são acometidas pela doença. São 35 milhões em todo o mundo. Em razão do envelhecimento da população, esses números aumentarão de forma significativa – em 2030, serão 65 milhões; em 2050, as projeções dão conta de mais de 115 milhões de portadores. Os números impressionam.

Não se conhece exatamente qual é a causa da doença de Alzheimer. O que se sabe é que ela se desenvolve como resultado de uma série de eventos complexos que ocorrem no interior do cérebro. A idade é o maior fator de risco para a doença. Quanto mais velho, maior o risco. Outros possíveis fatores orgânicos também têm sido implicados, como exposição ou ingestão de substâncias tóxicas como álcool, intoxicação crônica por chumbo ou alumínio, estilo de vida desregrado, estresse, câncer, altos níveis de colesterol, obesidade, diabetes, entre outros. A meu ver o que pode realmente ocorrer é que vários destes efeitos associados desencadeiam as lesões dentro dos neurônios e, consequentemente, dão inicio aos sintomas.

Institucionalizar
Acompanhar uma pessoa com Alzheimer ao longo dos seus anos é a uma tarefa árdua. À medida que a doença avança, o familiar responsável vai tomar cada vez mais decisões para o seu ente querido. A comunicação contínua com o médico assistente é de fundamental importância. Por muitas razões, este estágio da doença pode ser o mais difícil porque, em geral, o familiar “responsável” já está esgotado e desiludido quanto aos serviços disponíveis. Em especial com os cuidadores, que já não dão conta dos cuidados a serem feitos. É daí, normalmente, que surgem as ideias de “institucionalizar”, que muitas vezes é vista como “falhar”, trazendo sentimentos de culpa. O que é um erro. Deve haver uma mudança de prisma, ou seja, que a instituição é uma opção de cuidados e não um abandono.

Quando o cuidador doméstico tiver dificuldade ou não conseguir mais controlar os problemas causados por estágios mais adiantados do Mal de Alzheimer, é necessário a família preparar-se para ajudas extraordinárias, nas quais a internação passa a ser uma boa opção para o provimento de cuidados mais adequados. 

Há ainda no Brasil grande preconceito em relação às instituições para idosos. O que a população deve entender é que não devemos confundir o asilo de antigamente com as instituições mais modernas, constituídas por equipe multidisciplinar e treinada para a atividade fim, que é a de cuidar do idoso mais frágil. Depois de vários anos cuidando de idosos, entre eles com Alzheimer, sei que o melhor remédio está em três atitudes: carinho, paciência e atenção.
Boa semana a todos.

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