segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O envelhecimento é feminino!

O envelhecimento é feminino O envelhecimento é feminino!
O envelhecimento é feminino!
Não tenham dúvidas que estudar, entender, avaliar e conviver com o envelhecimento é um fato atual. E será, juntamente com a temática ambiental, os dois maiores problemas das próximas décadas. Ecologia, meio ambiente, lixo, esgoto, consumismo, economia de mercado, pobreza, fome, falta de água… assuntos diários de nossos jornais, tele-jornais e revistas. E, pelo visto, poucos se mexem para reverter esta situação de descaso com a MÃE TERRA.
Quanto ao envelhecimento populacional, os números falam por si:
  • Mais de 21 milhões de idosos no Brasil.
  • em 2025, ou seja daqui a 13 anos:  32 milhões de idosos!
  • Expectativa de vida da mulher brasileira: 78 anos
  • Expectativa de vida do homem brasileiro: 69 anos
  • Em 2020, segundo projeções de IBGE, teremos 4 milhões de idosos com mais de 80 anos.
  • Destes 4 milhões de idosos com mais de 80 anos, 2,5 milhões serão mulheres!
Sempre repito que, quanto mais idoso, maior chance de ficar dependente da família ou da comunidade, maior poderá ser a fragilidade e menor é a propensão da comunidade e do poder público em ajudar a cuidar!
Observamos, claramente, que o envelhecimento é FEMININO. Vamos, então à pergunta: há diferenças entre o envelhecimento masculino e feminino? E quais são as maiores diferenças?
Sim, há muitas diferenças entre o envelhecimento do ponto de vista feminino e masculino. Tanto no aspecto físico, quanto no aspecto social. Nas mulheres, temos a menopausa (e tudo que isto pode acarretar), osteoporose, redução da força física, hipotireoidismo (muitas vezes não diagnosticado), câncer ginecológico, dentre outros. Nos homens, os problemas da próstata, os males do cigarro (enfizema e câncer) e da bebida (cirrose e alcoolismo).
No campo social, está acontecendo um fato muito interessante, quase não está ocorrendo alterações com o aumento do número de idosos homens. Explico: além de terem uma expectativa de vida menor que as mulheres (eles morrem mais cedo), continuam procurando menos os serviços de saúde e, na maioria das vezes, continuam NÃO ficando sem sua companheira. Ou seja, o idoso ficou viúvo ou separado, sempre casa novamente. Não procuram novos papéis sociais.
Ao contrário, está sendo gestado uma grande revolução no modo de envelhecimento feminino. Cada vez mais cuidam de sua saúde, sua expectativa de vida está chegando facilmente aos 80 anos, e, principalmente, as idosas estão procurando novos papéis na comunidade e na sociedade! Diga-se de passagem, só para citar uma destes novos papéis, estão tornando-se nova fonte de renda para muitas famílias. Muitas idosas aposentadas ou pensionistas estão sendo a única fonte de renda familiar e, com isto, apontam para dois novos caminhos: a de provedora econômica (papel sempre exercido pelo marido) ou podem também ficar reféns dos filhos (filhos homens!), tornando-se vítimas de maus tratos e violência.
São novos desafios que os gerontólogos e os gestores sociais e de saúde têm pela frente: compreender e empregar novas ações que possam ajudar os nossos milhões de idosos a envelhecer com dignidade. E, mais importante ainda, mostrar para as novas gerações que a velhice, a terceira idade não é castigo, não é fase da vida marcada pelo descaso e por sofrimentos!

 http://www.cuidardeidosos.com.br/o-envelhecimento-e-feminino/

CARTA DE UM PAI AO FILHO

Amado Filho,


O dia em que este velho já não for o mesmo, tenha paciência e me compreenda.

Quando eu derramar comida sobre minha camisa e esquecer como amarrar meus sapatos, tenha paciência comigo e se lembre das horas que passei te ensinando a fazer as mesmas coisas.

Se quando conversa comigo, repito e repito as mesmas palavras e sabes de sobra como termina, não me interrompas e me escute. Quando era pequeno, para que dormisse, tive que contar-lhe milhares de vezes a mesma estória até que fechasse os olhinhos.

Quando estivermos reunidos e, sem querer, fizer minhas necessidades, não fique com vergonha e compreenda que não tenho a culpo disto, pois já não as posso controlar. Pensa quantas vezes quando menino te ajudei e estive pacientemente a seu lado esperando que terminasse o que estava fazendo.

Não me reproves porque não queira tomar banho; não me chames a atenção por isto. Lembre-se dos momentos que te persegui e os mil pretextos que tive que inventar para tornar mais agradável o seu banho.

Quando me vejas inútil e ignorante na frente de todas as coisas tecnológicas que já não poderei entender, te suplico que me dê todo o tempo que seja necessário para não me machucar com o seu sorriso sarcástico.
Lembre-se que fui eu quem te ensinou tantas coisas.
Comer, se vestir e como enfrentar a vida tão bem com o faz, são produto de meu esforço e perseverança.

Quando em algum momento, enquanto conversamos, eu chegue a me esquecer do que estávamos falando, me dê todo o tempo que seja necessário até que eu me lembre, e se não posso fazê-lo não fique impaciente; talvez não fosse importante o que falava e a única coisa que queria era estar contigo e que me escutasse nesse momento.

Se alguma vez já não quero comer, não insistas. Sei quando posso e quando não devo.

Também compreenda que, com o tempo, já não tenho dentes para morder, nem gosto para sentir.

Quando minhas pernas falharem por estarem cansadas para andar, dá-me sua mão terna para me apoiar, como eu o fiz quando começou a caminhar com suas fracas perninhas.

Por último, quando algum dia me ouvir dizer que já não quero viver e só quero morrer, não te enfades. Algum dia entenderás que isto não tem a ver com seu carinho ou o quanto te amei.

Trate de compreender que já não vivo, senão que sobrevivo, e isto não é viver.

Sempre quis o melhor para você e preparei os caminhos que deve percorrer.

Então pense que com este passo que me adianto a dar, estarei construindo para você outra rota em outro tempo, porém sempre contigo.

Não se sinta triste, enojado ou impotente por me ver assim. Dá-me seu coração, compreenda-me e me apóie como o fiz quando começaste a viver.

Da mesma maneira que te acompanhei em seu caminho, te peço que me acompanhe para terminar o meu.
Dê-me amor e paciência, que te devolverei gratidão e sorrisos com o imenso amor que tenho por você.

Atenciosamente,

Teu Velho
Levi da Silva Barreto

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Dia Internacional do Idoso comemora uma população que cresce

1º de outubro

Heidi Strecker*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Reprodução
Terceira idade já tem bons motivos para comemorar
Tenho certeza que você já viu uma plaquinha no ônibus ou no metrô reservando alguns assentos para pessoas idosas. Já reparou nisso? Isso acontece para facilitar a vida das pessoas mais velhas.

Desde 2004 o Brasil tem leis muito boas para proteger os idosos. Essas leis fazem parte do Estatuto do Idoso. Outros exemplos: desconto de 50% nas atividades culturais, de lazer e esportivas; programas nos meios de comunicação com conteúdos culturais e educativos sobre o processo do envelhecimento; penalidades para quem mostrar imagens que desrespeitem as pessoas mais velhas ou para quem abandonar os idosos sem assistência.

No dia 1º de outubro se comemora o Dia Internacional do Idoso, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). Você sabia que a população de idosos não pára de crescer? No Brasil, são mais ou menos 15 milhões de pessoas. Daqui a 20 anos, essa população deve dobrar. No mundo inteiro a população está ficando mais velha.

Até 2050, o número de pessoas acima de 65 anos será maior do que o de pessoas com menos de 15, nos países mais avançados. E tem mais! Hoje, a expectativa de vida nos países desenvolvidos é de mais ou menos 75 anos e será de mais ou menos 90 anos em 2050.

Pensar na velhice é tarefa de todos, não só dos velhos mas também dos jovens. Quando dizemos que alguém é velho, queremos dizer o quê? Velho pode ser uma palavra carinhosa ou pejorativa. Existe preconceito em relação aos idosos. E onde há preconceito - você já sabe - tem muito desconhecimento. Por um lado, a idade está associada à sabedoria e à experiência. Por outro lado, o velho é visto como uma pessoa frágil e sem autonomia.

Até no dicionário podemos notar isso. Há várias formas de se referir a uma pessoa idosa. Veterano, sênior, ancião, coroa, pessoa de idade, longevo, adiantado em anos, avançado em anos. Conforme a idade, o idoso pode ser ainda sexagenário, septuagenário, octogenário, nonagenário ou centenário. Gostou?

Pensando bem, a velhice é apenas mais uma fase da vida. E uma fase que pode ser bem longa. Hoje em dia muitos países convivem com idosos de diversas gerações. A ONU divide os idosos em três categorias: os pré-idosos (entre 55 e 64 anos); os idosos jovens (entre 65 e 79 anos - ou entre 60 e 69 para quem vive na Ásia e na região do Pacífico); e os idosos de idade avançada (com mais de 75 ou 80 anos).

Você nunca tinha pensado nisso, não é? Com a elevação da expectativa de vida, a chamada terceira idade esticou bastante. Isso aconteceu por vários motivos, mas os principais são os avanços da medicina e as melhorias na qualidade de vida. Se a população está ficando mais velha, também está ficando mais saudável. Há até uma especialidade médica para cuidar das pessoas mais velhas: a geriatria.

Como comemorar o Dia Internacional do Idoso? Lembrando que a gente também vai chegar lá. Aprender a envelhecer faz parte da educação de todas as pessoas. Vamos comemorar com cuidados e atenções, respeito e gentileza, como todo idoso merece. Que tal? Vamos comemorar assim, com doçura e alegria, a vida longa de nossos familiares e conhecidos. Parabéns a eles!
*Heidi Strecker é filósofa e educadora.
 
 http://educacao.uol.com.br/datas-comemorativas/ult1688u54.jhtm

1º de outubro - Dia de saúde para o idoso

Seccional: Nacional Nacional

 
               A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia comemora a data com atividades programadas em várias regiões do país
 
   Em comemoração ao Dia do Idoso, celebrado na próxima segunda-feira, 1º de outubro, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) preparou uma série de atividades por todo o Brasil. De acordo com Nezilour Lobato Rodrigues, presidente da SBGG, a data deve ser uma oportunidade de promover integração entre as variadas faixas etárias, levar à população informações sobre o envelhecimento e discutir a situação deste público, já que é iminente a necessidade de se investir mais em políticas públicas que valorizem e protejam os idosos. “Não existe até o momento uma preparação para dar suporte a essa população. É necessária uma mudança de postura no país em relação a esse tema e principalmente, medidas que permitam aos nossos idosos envelhecer com saúde e autonomia”, adverte.
 
   A geriatra ressalta a importância de se investir em projetos que visem estabelecer um estatuto para o idoso mais completo e rígido que o atual e apesar das conquistas recentes, como a aprovação do Projeto de Lei do Senado (PLS) 284/2011, regulamentando a profissão de cuidador de pessoa idosa, ainda há muito a ser feito. “Antigamente era a família quem dava apoio e cuidava do parente mais velho, mas essa estrutura se perdeu. Hoje, as famílias não têm tempo e, além disso, as cidades grandes não estão adaptadas para um idoso”. A especialista alerta também para o papel de profissionais como os geriatras, gerontólogos e cuidadores de pessoas idosas, que tem se tornado cada vez mais importante e consequentemente, exigem mais dedicação dos governos em valorizar esses serviços.
 
      Idosos em números
 
   De acordo com dados divulgados pela Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio) na última semana, os idosos (pessoas com mais de 60 anos) somam 23,5 milhões dos brasileiros, mais que o dobro do registrado em 1991, quando a faixa etária contabilizava 10,7 milhões de pessoas. Esse crescimento pode ser resultado da melhoria na qualidade de vida, acesso a assistência médica e remédios, alimentação e conscientização sobre a importância da atividade física.
 
   Mas Nezilour lembra que apesar de alguns avanços, uma grande parcela desses indivíduos, cerca de 80%, possui ao menos uma doença crônica. . “As doenças crônicas, principalmente as neuro degenerativas, como Alzheimer e Parkinson, representam um grande problema enfrentado na velhice, pois comprometem o que temos de mais valioso que são nossas funções físicas e cognitivas e acabam afastando esses pacientes do convívio social”, explica.
 
Confira as atividades programadas em cada região que contam com o apoio da SBGG
 
 
Belo Horizonte (MG)
 
Memória e envelhecimento ativo
Data: 1º de outubro às 14h30
Local: Sede da Associação Médica de Minas Gerais; Av. João Pinheiro, 161, Centro
 
Campo Grande (MS):
 
Ação Idoso Cidadão
Data: 1º de outubro das 07h30min às 10h00
Endereço: Parque Belmar Fidalgo, Rua D Aquino, 2536 – Centro
 
Porto Alegre (RS)
 
Musicalidade
Data: 6 de outubro às 14h
Endereço: PUC-RS Avenida Ipiranga, 6681 – Partenon
 
 
 
Rio de Janeiro (RJ):
 
Gincana da Solidariedade
Data: 29 de setembro, das 09 às 15 horas no Colégio Nossa Senhora de Lourdes.
Endereço: Rua 8 de dezembro, 328 -  Vila Isabel - Rio de Janeiro
Este evento tem como finalidade arrecadar, com a forte participação dos alunos, leito em pó, fraldas geriátricas e produtos de higiene pessoal para que sejam doados a ILPIs que acolhem pessoas de poucos recursos.
 
São Luis (MA):
 
Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso
Data: 1º de outubro
Endereço: Rua Salvador de Oliveira, S/N, Quadra N, Casa 12, Sítio Leal Bairro Filipinho
Programação:
08h30 - Palestra sobre o Homem: “Cuide da sua saúde sem preconceitos”- (Saúde do Homem) - Palestrante: Drª Mirly (Enfermeira)
09h15 - Aulão - Facilitadores: (Fisioterapia, Educação Física e Frank- Educador Artístico e Educador Físico)
09h20 - Ações da UNIHOSP : aferição da pressão arterial, glicemia capilar, medição do peso, altura e circunferência abdominal
10h00 - Palestra sobre sexualidade - Facilitadores : Drª Lia Farah (Terapeuta de Família) e Drª Fabíola (Psicóloga e Diretora Geral do CAISI)                                                          14h30 - Encerramento da Semana do Idoso – Coral “Vozes do Tempo” Facilitador: Keyla (Agente Administrativo)
15h00 – Aulão (dança, alongamento e relaxamento) - Facilitadores: Professor Paulo (Educador Físico) e Professora  Sandra ( Educadora Artística)
Baile com a Banda “Retratos e Canções” (SESC)
 
2º Encontro sobre Envelhecimento Saudável “Informar para cuidar”- Bem estar juntamente com a OAB
14h-15h - Roda de Conversa: Plantão de Dúvidas sobre Assistência Geriátrica com a médica geriatra Dra. Claúdia Rego (vice-presidente da SBGG/MA)
19h-20h - Envelhecimento: Sinais de Alerta e Manuseio com o médico geriatra Dr. Herberth Vera Cruz (diretor tesoureiro da SBGG/MA)
 
Encontro contará com a presença de aproximadamente 300 (trezentos) idosos e serão realizadas várias ações para sensibilizar os participantes com palestras envolvendo saúde, nutrição, esporte, esclarecimento de dúvidas quanto aos direitos dos idosos e lazer. 
 
São Paulo (SP): 
 
2ª. Jornada Cultural para a Maturidade – Arte e Cultura    
Data: de 1º a 12 de outubro
Programação e inscrições: www.alicecarta.com.br
 
Semana do Idoso no CRI Norte
Data: de 1º a 5 de outubro
Abertura com Caminhada do Dia Internacional do Idoso – às 8h no CRIosque Endereço: Rua Voluntários da Pátria, 4301, Santana 
 
RS Press - Assessoria de Imprensa da SBGG 


 https://www.sbgg.org.br/noticias_ed.aspx?pP=244&pS=1&pO=46&pM=46

Aprovado projeto que regulamenta profissão de cuidador de pessoa idosa

 12/09/2012
Projeto que regulamenta a profissão de cuidador de pessoa idosa foi aprovado nesta quarta-feira (12) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), em caráter terminativo. Os integrantes da comissão acolheram substitutivo apresentado pela relatora, senadora Marta Suplicy (PT-SP), ao projeto (PLS 284/2011) de Waldemir Moka (PMDB-MS).
De acordo com o substitutivo, o cuidador de pessoa idosa é o profissional que desempenha funções de acompanhamento e assistência exclusivamente à pessoa idosa. Poderão exercer a profissão pessoas com mais de 18 anos que tenham concluído o ensino fundamental e curso de qualificação específico, conferido por instituição de ensino reconhecida por órgão público de educação competente. Os profissionais que, à época de entrada em vigor da nova lei que resultar da proposição, trabalharem na função há pelo menos dois anos serão dispensados da exigência de conclusão de curso de qualificação.
As funções do cuidador de pessoas idosas incluem auxílio na realização de rotinas de higiene pessoal e de alimentação; cuidados preventivos de saúde e auxílio na mobilidade; e apoio emocional e para convivência social.
O profissional pode atuar no domicílio do idoso, em instituições de longa permanência, hospitais ou até mesmo em eventos culturais e sociais. Quando as atividades forem realizadas na residência, o contrato de trabalho seguirá regras válidas para o empregado doméstico.
De acordo com o substitutivo aprovado, o cuidador deve pautar sua atuação pelo respeito, compaixão e paciência para com a pessoa idosa. O texto estabelece que ele poderá ser responsável por administrar medicamentos, desde que autorizados pelo profissional de saúde habilitado e responsável pela prescrição.
O substitivo ainda prevê que União, os estados e os municípios deverão integrar cuidadores de pessoa idosa às equipes públicas de saúde e de assistência social.
Demanda
Na justificação do projeto, Waldemir Moka argumenta que o envelhecimento da população brasileira gera demanda cada vez maior pelo trabalho do cuidador de idoso.
- Mantidas as atuais tendências demográficas, em 2050, o Brasil contará com 63 milhões de idosos ou 172 idosos para cada 100 jovens. Em um quadro demográfico tendendo acentuadamente ao envelhecimento, cresce exponencialmente de importância o trabalho do cuidador de idoso, observa o autor da proposição.
A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) informou que são 12 milhões de pessoas idosas no Brasil, o que exige a criação da nova profissão. Os profissionais, disse a senadora, vão propiciar qualidade de vida às pessoas mais velhas.
O relatório pela aprovação da matéria, elaborado por Marta Suplicy e lido pelo senador Paulo Davim (PV-RN), informa que existem hoje no Brasil mais de 200 mil cuidadores de idosos, sendo apenas 10 mil com carteira assinada. Essa situação, ressaltou a relatora, revela a necessidade de uma lei para regulamentar a profissão e, assim, incentivar a formalização de contratos.
Atividade
O senador Paulo Davim destacou que a profissão de cuidador de idoso não invade a prerrogativa de outras áreas, como a de enfermagem. O projeto aprovado, explicou o relator ad hoc, limita as atribuições do cuidador de idoso para não invadir áreas de outras profissões já regulamentadas.
A presidente da Sociedade Brasileira de Geriateria e Gerontologia, Nezilour Lobato Rodrigues, manifestou apoio à aprovação do projeto durante a discussão da matéria, segundo informou a senadora Ana Amélia (PP-RS).
O substitutivo, ressaltou o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), aprimorou o projeto para ampliar o nível de qualificação desses profissionais. Em sua avaliação, a proposta é relevante, uma vez que os brasileiros estão vivendo mais e melhor.
http://www.aciminas.com.br/index.php?p=noticias&nid=62

sexta-feira, 15 de junho de 2012

15 de junho - Dia Mundial de Combate à Violência contra o idoso

Idosos
Hoje, dia 15 de junho, marca o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, data instituída em 2006, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa. O objetivo da data é criar uma consciência mundial, social e política da existência da violência contra a pessoa idosa e, simultaneamente, disseminar a ideia de não aceitá-la como normal. A violência contra os idosos deve ser entendida como uma grave violação aos Direitos Humanos.

A sociedade e o governo devem encarar o envelhecimento da nossa população como um desafio para a promoção de uma melhor qualidade de vida para os idosos, disse a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário. "A sociedade e o governo têm que perceber que esse é um momento muito positivo que o país vive. O nosso desafio é para que o avanço da idade dos brasileiros agregue qualidade de vida com envelhecimento ativo e saudável", afirmou a ministra, ao chegar para a abertura do seminário sobre os dez anos do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, realizado na Câmara dos Deputados.

Vale lembrar que em um ano(dezembro de 2010 a dezembro de 2011), o Disque 100 Idoso recebeu cerca de 44 mil denúncias de violência contra idosos, entre essas, agressão, abuso sexual e exploração econômica.

Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa

terça-feira, 5 de junho de 2012

Cuidadores de idosos: profissão mais perto de ser regulamentada pelo Senado

 

Raquel Júnia

Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), Fiocruz
Adital


Pesquisadores do tema e cuidadores de idosos avaliam que proposta do Senado se aproxima da regulamentação ideal. Enquanto isso, no RJ, projeto de lei estadual tenta regulamentar a profissão na contramão da conjuntura nacional.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) apresentou no início de maio o relatório doPL 284/2011, de autoria do senador Waldemir Moka (PMDB-MS), que regulamenta a profissão de cuidador da pessoa idosa. O relatório foi apresentado após uma consulta pública eletrônica realizada entre os meses de dezembro de 2011 e março deste ano. No texto, a senadora se diz inteiramente favorável à aprovação do projeto e apresenta um substitutivo contemplando sugestões coletadas durante a consulta e também uma audiência pública sobre o tema. A senadora realiza nesta semana outra audiência pública na cidade de São Paulo, para debater o PL com os movimentos sociais ligados ao cuidado das pessoas idosas. "Dentre os que circulam no Congresso, este é o projeto de lei com maior proximidade das necessidades da população idosa e principalmente dos cuidadores", avalia a professora Marília Berzins, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Envelhecimento da PUC São Paulo e também membro do Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento (OLHE).
Pesquisadores ligados ao tema são unânimes no apoio à proposta, ainda que considerem que o texto pode melhorar em alguns aspectos. O professor da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense e Presidente da Associação Nacional de Gerontologia Seção Rio de Janeiro, Serafim Paz, acredita que o projeto não pode limitar a profissão de cuidador ao campo da saúde. "Estamos muito afinados com o projeto relatado pela Senadora Marta Suplicy, embora ainda existam alguns aspectos nos quais precisamos avançar, principalmente na questão de atribuir à profissão de cuidador da pessoa idosa um atrelamento à área de saúde. Temos este desafio de não vinculá-lo a este único campo", aponta ele. "Nós defendemos que o cuidador não é um profissional exclusivo da saúde, conquanto grande parte deles trabalhem com questões de saúde. Mas nós defendemos que tem lugar para o cuidador de idosos na assistência social, na educação, na cultura, no turismo, então, queremos abranger mais esse papel social que o cuidador terá", acrescenta Marília.
O pesquisador e coordenador do curso de formação de cuidadores de idosos oferecido pela EPSJV/Fiocruz Daniel Groisman acredita que o substitutivo ao projeto de lei resolve alguns impasses sobre o tema. "Esta versão apresentada pela senadora é muito feliz, não é o projeto perfeito, mas ela acerta em pontos muito favoráveis e importantes para o reconhecimento que é justo e necessário dos cuidadores. O texto consegue encontrar algumas soluções para certos impasses, por exemplo, o impasse com a questão da enfermagem. A senadora propõe uma solução permitindo que o cuidador possa seguir instruções de cuidados de saúde dadas por profissionais de saúde que se responsabilizem pelas prescrições", observa.
No PL 284 consta, entre as funções do cuidador da pessoa idosa, "cuidados de saúde preventivos, administração de medicamentos e outros procedimentos auxiliares de saúde" (inciso III do artigo 2º). Mas no mesmo artigo, um parágrafo acrescenta que "a administração de medicamentos e outros procedimentos de saúde mencionados no inciso III deste artigo deverão ser autorizados pelo profissional de saúde habilitado e responsável por sua prescrição". Outras funções dos cuidadores elencadas pelo PL são "prestação de apoio emocional e na convivência social da pessoa idosa", "auxílio e acompanhamento na realização de rotinas de higiene pessoal, ambiental e de nutrição, preservando-se a sua dignidade e a sua intimidade", "auxílio e acompanhamento na mobilidade da pessoa idosa".
Direitos nacionais, restrições regionais
No Rio de Janeiro, é justamente o impasse com a enfermagem citado por Daniel Groisman que está em discussão desde o ano passado. Na contramão do cenário nacional, tramita na Assembleia Legislativa do estado do Rio (Alerj), um projeto de lei (979/2011) que também tem o objetivo de regulamentar a profissão, mas restringe a atuação dos cuidadores explicitando procedimentos que estes profissionais não podem realizar, como a administração oral de medicamentos. O projeto, de autoria da deputada estadual enfermeira Rejane (PCdoB-RJ), tinha uma redação ainda mais restritiva, uma vez que exigia a formação técnica em enfermagem para que uma pessoa pudesse exercer a profissão de cuidador de idosos. Diante das críticas, o texto atual excluiu a exigência dessa formação, mas manteve uma lista de "procedimentos vedados". Além da administração de medicamentos, já mencionado, entre os procedimentos não permitidos pelo projeto de lei que mais geraram polêmica estão "controlar e aferir os sinais vitais", "aplicar calor ou frio" e "fazer nebulização", dentre outros.
Assim como os pesquisadores têm apoiado o processo de regulamentação ancorado pelo PL 284 do Senado, também têm criticado o PL estadual 979/2011, que já foi aprovado em 1º turno na Alerj. "O PL 979/2011 tem um artigo que é correto que fala que o cuidador não deve realizar procedimentos que são exclusivos das outras profissões. Aliás, nenhum profissional pode realizar procedimentos que competem a outras profissões, a não ser que ele esteja habilitado legalmente para fazer isso. Porém, o PL tem um segundo artigo que traz essa lista com mais de uma dezena de procedimentos que o cuidador estaria impedido de fazer e são procedimentos ou ações elementares, universais para o cuidado. Por exemplo, ver os sinais vitais de uma pessoa, que inclusive é uma matéria que poderia ser ensinada nas escolas, seguir a prescrição de um médico para dar um remédio oral na hora certa, cuidar de alguém que esteja doente, são ações elementares, essenciais para a sobrevivência e cuidado e que inviabilizariam o trabalho do cuidador", critica Daniel Groisman. O professor acrescenta que o mesmo não vale para procedimentos que exigem outro tipo de formação. "Não estou falando que o cuidador tenha que fazer procedimentos invasivos da enfermagem, mas estes cuidados universais, básicos, têm que ser permitido a ele fazer", reforça.
A deputada estadual enfermeira Rejane diz que decidiu paralisar neste momento a tramitação do projeto. Segundo ela, o processo "correu muito" e, como foi procurada por grupos representantes de cuidadores e de proteção aos idosos questionando o PL, decidiu ir com mais calma na tramitação. "Durante a audiência pública que realizamos no dia 21 de maio, esses grupos propuseram emendas modificativas ao PL, que agora estamos sistematizando. Estamos analisando se fazemos uma nova audiência pública ou, para andar mais rápido, chamamos um grupo de trabalho para dar continuidade no processo. As proposições estão bem pertinentes, quando o projeto sair, ele sairá com um texto mais discutido democraticamente", garante.
Rejane reconhece que o artigo que especifica os procedimentos é o ponto mais polêmico do projeto, mas defende que é preciso especificar as atividades. Segundo ela, não basta dizer que o cuidador não pode exercer atividades inerentes a outras profissões porque as atividades da enfermagem, por exemplo, não estão especificadas na regulamentação da profissão. "No caso da enfermagem, estas atividades não estão listadas, não há uma lei específica que diga, por exemplo, que atividade de verificação de pressão ou controle hídrico é atividade da enfermagem. A lei da enfermagem fala apenas em procedimentos de média, alta e baixa complexidade. Mas o que significa isso? Então, como não está especificado em nenhuma legislação, é complicado simplesmente subjetivar. Por isso que nesse momento acreditamos que é importante manter estas técnicas", diz.
De acordo com a deputada, o objetivo do PL não é fazer uma de reserva de mercado. "Não é nada disso, a gente até entende que o cuidar tem que ser universal, quanto mais as pessoas tomarem conhecimento da saúde, a enfermagem acha que menos pacientes serão internados. Não achamos que o conhecimento tem que ser específico. Mas ao mesmo tempo nós sabemos que as condições de saúde e atendimento nos asilos podem estar fazendo com que este profissional [o cuidador] seja às vezes até obrigado a fazer procedimentos que eles não têm competência para fazer", defende. Embora discorde em suprimir o artigo que explicita procedimentos, Rejane diz que está disposta a flexibilizá-lo e que pode tirar do texto algumas ações como a administração oral de medicamentos e a aferição de sinais vitais. "Esses dois procedimentos são universais; mas, outros, acho que temos que manter", diz.
Para a professora Marília Berzins é clara a intenção do projeto de destinar uma fatia do mercado para os profissionais da enfermagem. Ela aposta que há espaço para as duas profissões no mercado de trabalho. "O cuidador de idosos vai fazer coisas que a enfermeira, o técnico e o auxiliar de enfermagem não fazem. Por exemplo, você vai pedir para o técnico ou auxiliar fazer uma comida para um idoso que mora sozinho? Isso não é competência deste profissional. Este projeto nos parece uma reserva de mercado para essa categoria, uma vez que em São Paulo, por exemplo, muitos auxiliares e técnicos de enfermagem estão se oferecendo para as famílias para serem cuidadores de idosos, mas são profissões diferentes e que têm lugar no mercado de trabalho", enfatiza.
O cuidador de idosos e presidente da Associação de Cuidadores de Idosos de Belo Horizonte Jorge Roberto também critica o projeto de lei que tramita no Rio de Janeiro. "Fica bem claro o interesse de uma categoria específica, que eu acredito que está perdendo um pouco do mercado de trabalho. E eles creditam o fato de o mercado de trabalho estar um pouco ruim a ascensão do cuidador, o que não é verdade. O PL do Rio está na contramão de todos os projetos que tramitam hoje no Senado e na Câmara e está totalmente contrário a todos os especialistas da área", reforça.
Daniel Groisman lembra que desde o final da década de 90, a profissão de cuidadores de idosos enfrenta resistências da enfermagem. Ele relata que 1999, em São Paulo, o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) decidiu proibir os enfermeiros de darem aulas em cursos para cuidadores. "Essa proibição deliberadamente prejudica a formação dos cuidadores e a população como um todo, e foi copiada pelos conselhos do Distrito Federal e do Rio de Janeiro. Posteriormente, o Coren do Distrito Federal revoga essa proibição e o de São Paulo a modifica dizendo que é proibido apenas ensinar procedimentos exclusivos da enfermagem, mas o Rio de Janeiro o mantém. O que está por trás desse projeto de lei [979/2011] é esse conflito sobre se alguma profissão teria uma exclusividade nas atividades de cuidado. Nós entendemos que não, o cuidado não pertence a nenhum tipo de profissão, é uma atividade básica do ser humano, básica da família".
O professor destaca também a importância da mobilização dos diversos setores envolvidos com o tema, o que, de acordo com ele, foi fundamental para que a deputada enfermeira Rejane apresentasse uma nova versão do projeto sem a exigência do curso técnico em enfermagem. Presente na audiência pública na Alerj, Daniel conta que o espaço destinado à audiência não foi suficiente para comportar todos os cuidadores presentes. "Conseguimos mobilizar dezenas de entidades, muitos cuidadores, representantes de diversas instituições. Neste dia, nós solicitamos que uma nova versão do projeto seja democraticamente apresentada em nova audiência pública e debatida com as pessoas interessadas", ressalta.
Formação
A necessidade de formação dos cuidadores de idosos é outro ponto comum no pensamento entre os pesquisadores do tema e entre os próprios cuidadores. O PL 284/2011, do Senado, determina que poderá exercer a profissão "o maior de dezoito anos que tenha concluído o ensino fundamental e que tenha concluído, com aproveitamento, curso de qualificação para a formação de cuidador de pessoa idosa, conferido por instituição de ensino reconhecida por órgão público de educação competente".
Jorge Roberto, da Associação de Cuidadores de Idosos de Minas Gerais, avalia que a redação do PL 284 ainda não é a ideal, mas está próxima do que ele considera ser um bom projeto de regulamentação da profissão. Jorge discorda do texto quanto à exigência do ensino fundamental. Ele acredita esta seria a condição ideal, mas não é ainda a realidade da maioria dos cuidadores. "Para isso ser possível temos que ver algumas formas de inserir esses cuidadores nos processos educativos para que eles possam concluir o ensino fundamental. A grande maioria ainda tem baixa escolaridade. Eu defendo que neste momento não se estabeleça o ensino fundamental, do contrário correríamos o risco de exclusão de muitos cuidadores que ainda hoje trabalham na informalidade. Podemos resolver isso dando um tempo de cinco a dez anos para que estes cuidadores se formem. Além do mais, acredito também que essa formação hoje já vem ocorrendo, então, daqui a dez anos nem seria tão necessário mais explicitar essa exigência porque a grande maioria já terá o ensino fundamental", argumenta.
De acordo com o professor Serafim Paz, está sendo discutida com a senadora Marta Suplicy a possibilidade de os cuidadores terem um tempo para se adequarem à exigência. "Estamos propondo que após a promulgação da lei os cuidadores tenham até dez anos para se adequarem tanto à escolaridade mínima, quanto ao mínimo de carga horária dos cursos de formação - que defendemos que seja de 160 horas. Nós propusemos, inclusive, que em qualquer carga horária, seja 160 horas no mínimo ou mais, que 25% dessa carga horária seja destinada a atividades práticas acompanhadas e supervisionadas por profissionais do campo da gerontologia. Embora tenhamos colocado essa proposta como emenda, a senadora não a contemplou, mas estamos tentando garantir que ela contemple", afirma.
O PL 284 diz também que os cuidadores que comprovarem o exercício da atividade há pelo menos dois anos quando da entrada em vigor da lei serão dispensados da exigência do curso de cuidador. Outra possibilidade apresentada pelo PL é o cuidador com mais de 30 anos participar de um programa de certificação de saberes reconhecido pelo MEC e ficar dispensado da realização do curso.
Jorge Roberto acredita que a própria regulamentação pode ser um incentivo para os cuidadores buscarem formação, desde que haja políticas específicas para este público. "Dando um tempo prévio para que o cuidador possa voltar a estudar, ele terá interesse em buscar um EJA [Educação de Jovens e Adultos] e quem sabe até um curso de nível técnico e superior. Mas até para que isso ocorra temos que entender também qual é a realidade do trabalho desses cuidadores. Uma grande parcela deles trabalha em uma carga horária incompatível com o estudo, a exemplo daqueles que trabalham 24 por 24 horas. Será que o poder público vai criar ensino específico para quem estuda um dia sim e um dia não? Então, isso tem que ser repensado", problematiza.
Daniel observa que um dos impasses para a profissionalização dos cuidadores de idosos é justamente a ausência de uma política pública consistente de formação. Ele exemplifica com a desativação do Programa Nacional de Formação de Cuidadores de Idosos pelo governo federal. "O que levou a interrupção do Programa Nacional de Formação de Cuidadores foi justamente a não responsabilização do estado na formação e no apoio aos cuidadores. A ideia que motivou essa interrupção é a de que os cuidadores não estão formalmente inseridos nos serviços públicos, não pertencem aos quadros do SUS, e, portanto, não podem ser os destinatários dessa política. Isso tem que ser superado com a ideia de que cabe sim ao estado fazer uma política de formação, criar e fortalecer políticas de cuidado", aposta.
Para o professor, é preciso romper também com a ideia de que o cuidado é uma função de livre exercício e não requer qualificação, bastando que se tenha aptidão para este trabalho. "Esses cuidadores trabalham em condições muitas vezes precárias, há dados de pesquisas que apontam a baixa remuneração, a baixa formalização, a baixa escolaridade. E a forma que temos para fortalecer esses cuidadores é regulamentar essa profissão, mas sem que isso signifique uma restrição ao acesso à formação. Não se pode ter exigências muito grandes. Tem que ser um processo, não pode virar um profissão técnica nesse momento".
Necessidade de cuidado
De acordo com a professora Marília Berzins, de 10 a 20% dos idosos brasileiros necessitam de cuidados. Entretanto, não se sabe ainda o número de cuidadores atuando no país. "Por não terem uma associação nacional, e não exercerem uma profissão regulamentada, não sabemos quantos cuidadores existem. E, além disso, tem um mercado informal, acontece muito no Brasil a situação de uma pessoa ser empregada doméstica e fazer trabalhos de cuidador de idosos, juntando as duas funções. Com a regulamentação, vamos identificar quantos são os cuidadores, porque a profissão aparecerá no Ministério do Trabalho", explica.
Um dos ganhos da regulamentação, de acordo com Jorge Roberto, é também a possibilidade de organização destes profissionais. "Hoje os profissionais reclamam muito do não reconhecimento como cuidadores, da distorção da visão da família em relação ao trabalho que desempenham. Muitas vezes a família quer aproveitar este cuidador para exercer funções que não são da alçada dele, como faxinar toda a casa ou cozinhar para toda a família. Também não há uma definição de carga horária. A regulamentação contribuirá para criarmos um sindicato e estabelecermos uma média de salário. A situação atual não nos impede de criar um sindicato, mas também não estimula", conclui.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Aumenta a procura por cuidadores de idosos


Aumenta a procura por cuidadores de idosos Aumenta a procura por cuidadores de idosos
Aumenta a procura por cuidadores de idosos
Com o envelhecimento da população brasileira e o consequente aumento de doenças crônicas, cuidadores de idosos serão profissionais cada vez mais requisitados.
O estudo Sabe (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), realizado pela USP em 2006, mostra que existem aproximadamente 180 mil idosos no Estado de São Paulo que necessitam de auxílio para realizar suas atividades diárias. Este número corresponde a 23% do total de pessoas acima de 60 anos.
O cuidador é a pessoa que acompanha de perto a vida de um idoso que possui algum grau de dependência para suas atividades cotidianas, como alimentação, deslocamentos, medicações de rotina e cuidados com a higiene. Ele não precisa ser um profissional da área da saúde e, nesse caso, não deve realizar atividades como troca de curativos ou aplicação de medicamentos intravenosos. Ele explica que, como a situação de Frasão é mais grave e exige a realização de hemodiálises três vezes por semana, a formação em enfermagem foi importante em seu no cuidado com o idoso.
O técnico de enfermagem Cristiano de Oliveira, 25, cuida do ex-auditor fiscal José Frasão, 89, há pouco mais de uma ano, desde quando este sofreu um AVC (acidente vascular cerebral).
O cuidador diz que o trabalho com o idoso em casa é mais gratificante do que a atuação em hospitais: “quando estamos no hospital, só vemos a evolução do paciente até ele ter alta”.
Com Frasão foi diferente. Quando ele sofreu o acidente tinha de ser acompanhado por quatro enfermeiros que se revezavam, entre eles Cristiano, que acabou continuando a trabalhar na casa. Ele não conseguia falar nem andar e o lado direito de seu corpo estava totalmente paralisado. “Quando ele deu seu primeiro passo e voltou a falar foi uma conquista enorme. Era como uma criança que está aprendendo pela primeira vez.”
Segundo o presidente da Associação de Cuidadores de Minas Gerais, Jorge Roberto de Souza Silva, muitos dos procedimentos realizados pelo cuidador podem ser executados por um familiar. Porém lembra que nem sempre existe a figura do cuidador familiar, pois as famílias estão ficando menores e as mulheres, que acumulavam essa função, estão no mercado de trabalho.
Silva começou a cuidar de idosos por acaso. “Quando tinha 18 anos, era carregador de mudança. Minha namorada me indicou para trabalhar com uma família que precisava de ajuda para levar uma idosa do sofá para a cama todas as noites.”
No dia em que a enfermeira faltou, ele assumiu o cuidado total da senhora de 81 anos. Morou três meses na casa da família. “Eu e ela ficamos um pouco assustados. A maior dificuldade foi o banho. Era uma idosa muito católica, cheia de valores.” Mesmo assim, ele diz que desenvolveram uma ligação muito forte, e ele era capaz de compreender o que a mulher dizia melhor do que os próprios familiares.
Referência da classe no Brasil, a associação mineira tem 4.200 membros. Oferece cursos para cuidadores e familiares de idosos e auxilia o processo de contratação de profissionais. Em São Paulo, o Olhe (Observatório da Longevidade Humana e do Envelhecimento) deu início a uma campanha para criar uma associação no Estado aos moldes da de Minas Gerais.
PROFISSIONALIZAÇÃO
A regulamentação da profissão é um dos objetivos da categoria. A profissão de cuidador é definida na CBO (classificação brasileira de ocupações) como trabalhador doméstico. Porém ainda não existe uma padronização sobre quais os direitos e deveres dos profissionais, nem sobre os pré-requisitos para exercer a função.
Atualmente tramitam na Câmara e no Senado dois projetos de lei que pretendem solucionar essa questão. Mas eles divergem quanto ao piso salarial da profissão, a formação mínima do cuidador e a necessidade da orientação de um profissional da medicina para que um cuidador que não tem um curso de enfermagem possa atuar.
A professora da USP Yeda Duarte, que dá aulas para cuidadores na Escola de Enfermagem desde a década de 1990, diz acreditar que a falta de uma formação adequada do profissional pode gerar muito estresse, tanto para o idoso como para seu cuidador. “Ele pode enfrentar situações críticas, como uma piora da saúde da pessoa que recebe cuidados, ou se machucar ao tentar ajudar o idoso de forma errada.”
Extraído de: http://www1.folha.uol.com.br/treinamento/mais50/ult10384u1017427.shtml

Com quem meus pais irão morar?


avó Com quem meus pais irão morar?
Com quem meus pais irão morar?
Um assunto muito comentado pelos internautas do portal Cuidar de Idosos é: “Com quem meus pais irão morar?” Com quem minha mãe viúva e doente irá morar, com qual filho ou filha meu pai viúvo irá ficar, quem tomará conta de minha avó ou avô? Por trás dessas perguntas, toda uma vida familiar está exposta, com suas desavenças, suas diferenças, sua união e seu amor familiar. A dependência de nossos pais e avós pode ser uma realidade mais difícil do que possamos imaginar. As diferenças entre irmãos e netos também. Tudo isso sem falar na própria personalidade do idoso dependente ou não, que poderá tornar a vida da família num lugar mais amoroso e acolhedor. Ou num verdadeiro inferno.
Antes de pensar em trazer e cuidar de seus pais ou avós em sua casa, considere estas perguntas:
  • Eu e minha família nos damos bem o suficiente para viver juntos novamente com meu pai ou minha mãe idosa? Temos uma relação positiva e condições de cuidar bem deles? Se você tem ou teve um relacionamento complicado, cuidar dos pais em sua casa pode não ser a resposta certa. Será que o seu cônjuge/companheiro e seus filhos concordam que trazer seus pais para a sua casa é a melhor forma de cuidar deles?
  • Como vamos resolver os problemas que certamente surgirão? Quando as coisas ficarem tensas e os desentendimentos surgirem,  como eu e minha família lidaremos com isso?  Partilhe as suas expectativas com a sua família e também com o seu idoso. Pense em algumas regras básicas de convivência, antes que eles venham morar com vocês. Não presuma que cuidar dos pais será um mar de rosas e que os conflitos não aparecerão.
  • O que acontecerá se morar junto não der certo? Cuidar de seus pais deve incluir outras alternativas. Quais são as outras alternativas, se trazer os pais para morarem com você não der certo? Ou se seus pais precisam de mais cuidados do que você pode oferecer?
  • Quanto cuidado estou disposto a oferecer? Morando juntos levanta a questão de quanto cuidado, trabalho e esforço você poderá dar a seus pais. Será que terei condições de ajudar no banho de meu pai ou de minha mãe, ou ajudar a se vestir e se alimentar? Terei condições de contratar serviço de cuidador profissional ou de empresa de home care? Meus pais aceitarão serem cuidados por outras pessoas?
  • Como pagarei pelas despesas de cuidados de meus pais? Certamente os cuidados dos pais em casa terão um forte impacto financeiro. Cuidar de idosos dependentes normalmente tem um custo financeiro alto. Será que meus pais podem contribuir para o orçamento familiar?  Meus irmãos poderão contribuir? A compreensão clara de como as despesas de cuidados dos pais será tratada, poderá evitar mal-entendidos e brigas entre os familiares.
  • Entre os irmãos, alguém terá melhores condições de cuidar de meus pais? Saberei entender e distinguir essa diferença? Saberei ajudar meus irmãos nessa tarefa? Ajudarei financeiramente, com a minha presença e  meu trabalho? Os irmãos têm condições de, pacificamente, conversar e tratar do melhor cuidado para seus pais dependentes?
  • E quando a alternativa de levar meus pais para uma casa de repouso, uma instituição de longa permanência para idosos é a melhor? Eu e meus irmãos saberemos entender e analisar, com a cabeça fria, essa alternativa?
Uma boa comunicação e planejamento são as chaves para o sucesso na difícil tarefa de cuidar dos pais em nossa casa ou na casa dos irmãos. Com essa perguntas e essas dicas, poderemos minimizar essa séria questão e fazer com nossos pais se sintam verdadeiramente cuidados e amados por todos nós, filhos. Afinal,  cuidar de nossos filhos nos dá sentido de perpetuação; entretanto, cuidar de nossos pais idosos nos dá sentido de gratidão e compaixão.